o mundo é digital, mas alguém ainda tem que fazer o almoço
>>>>> Apolinário
Apolinário (@multimodal.art)
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Apolinário atua como agente secreto das humanas dentro do mundo da programação há 11 anos. Baseado em Viena e trabalhando como head of product em uma startup, ele faz das ideias seu pincel, criando pinturas com modelos de inteligência artificial que transformam texto em imagem.
Série 'an insect robot preparing a meal' (um inseto robô preparando uma refeição)
o título de cada trabalho corresponde à entrada de texto usada pela inteligência artificial para gerar cada imagem
No primeiro par de séries aqui apresentado, os modelos de IA da Apolinário são convidados a sonhar o futuro da cozinha. Esta atividade tão humana, que até agora nossas máquinas foram incapazes de realizar adequadamente, aqui é realizado por minúsculos robôs insetos ou cozinheiros androides. Neste como em outros trabalhos, Apolinário incita a IA a aproveitar o seu conhecimento do estilo de pintores e ilustradores famosos na criação das suas composições.
Série 'a robot chef preparing a meal' (um chef robô preparando uma refeição)
Na série 'uma usina de fusão nuclear alimentando uma favela', Apolinário instiga a IA a representar um futuro em que a energia nuclear se difundiu como uma fonte de energia mais limpa, mesmo nas favelas brasileiras. Suas imagens sugerem uma visão cínica do futuro, em que a tecnologia continua a evoluir e se tornar cada vez mais onipresente, enquanto coexiste com questões históricas de segregação racial e geográfica.
Série 'a nuclear fusion plant powering a favela' (uma usina de fusão nuclear alimentando uma favela)
O mesmo tema se repete em 'um robô mecha em uma favela', onde robôs gigantes de 'defesa pública' substituem policiais no patrulhamento de favelas. Basta lembrar o uso normalizado de drones de guerra em guerras do mundo real ou o uso de tanques à prova de granadas pela polícia brasileira para ver que o futuro cyberpunk de Apolinário está desesperadamente perto da realidade. A tecnologia avança incansavelmente, mas não passará de um martelo mais pesado se tudo o que vemos são pregos - até paramos de conceber uma questão social complexa como o desvio como uma questão de simples poder de fogo, continuaremos produzindo bots mais mortíferos em vez de implementar agendas redistributivas - para não dizer revolucionárias.
Série 'a mecha robot in a favela' (um robô mecha em uma favela)